quinta-feira, 28 de outubro de 2010

DA PALAVRA ALHEIA QUE A CONDENA: ANÁLISE DAS VOZES POLÊMICAS EM MARIA DAGMAR DE BRUNO DE MENEZES

Ana Cleide Guimbal de AQUINO
UNESP- Universidade Estadual Paulista
Campus de Araraquara
anaguimbal@hotmail.com
De acordo com Mikhail Bakhtin (2004), a enunciação é considerada produto da interação entre dois indivíduos organizados socialmente, visto que a natureza destes é social. Logo, a enunciação se faz dentro de um contexto social, histórico e ideológico.
A interação verbal produz enunciados que estabelecem relações de sentido, isto é, dialogam entre si e desta forma definem o acontecimento da linguagem como relação dialógica, tal qual estabelecido pela perspectiva bakhtiniana.
Neste sentido, a concepção dialógica da linguagem é sustentada pela noção de vozes que se defrontam na materialidade linguística e que manifestam elementos linguísticos, históricos e sociais que atravessam a enunciação.
Na presente pesquisa, minha intenção é analisar a novela Maria Dagmar (primeiramente publicada na revista Belém Nova em 1924 e posteriormente com edição em livro, datada de 1950) do escritor paraense Bruno de Menezes, com o intuito de identificar e caracterizar as diferentes vozes sociais, bem como a relação desse discurso com outros, a partir da perspectiva dialógico-polifônica da linguagem, de Bakhtin.
A concepção dialógica da linguagem de Bakhtin estabelece a interação verbal no centro das relações sociais, pois, “a verdadeira substância da língua(...) não é constituída por um sistema abstrato de formas lingüísticas (...) mas pelo fenômeno social da interação verbal, realizada através da enunciação e das enunciações (BAKHTIN apud BRANDÃO, 1996, p.51).
Neste ponto, a concepção do ser humano postulada é a de que o OUTRO desempenha um papel fundamental, pois, para o teórico russo é impossível conceber o ser humano fora das relações que o ligam ao OUTRO.
Desta feita, entende-se por perspectiva dialógica da linguagem, a concepção bakhtiniana na qual todo o discurso é atravessado pelo discurso do OUTRO. Essa alteridade que traspassa o discurso se faz presente tanto entre interlocutores, quanto entre discursos, posto que, segundo Bakhtin (Volochinov):

O diálogo, no sentido estrito do termo, não constitui, é claro, senão uma das formas, é verdade que das mais importantes, da interação verbal. Mas pode-se compreender a palavra “diálogo” num sentido amplo, isto é, não apenas como a comunicação em voz alta, de pessoas colocadas face a face, mas toda comunicação verbal, de qualquer tipo que seja (2004, p. 123).

O que está evidente no dialogismo de Bakhtin é uma dialogização interna da palavra, que é sempre perpassada pela palavra do OUTRO. Isso significa que para um enunciador constituir um discurso, ele leva em conta o discurso de outrem que naturalmente está presente no seu. Portanto, não se pode pensar o dialogismo como relações lógicas ou semânticas, visto que o diálogo estabelecido no discurso são de posições de sujeitos que manifestam diferentes pontos de vista sociais, de acordo com sua realidade.
Ao falar dessas diferentes posições assumidas pelo sujeito, há um deslocamento do conceito de sujeito como centro, passando este a assumir o papel de sujeito histórico e ideológico. Esse ponto de vista subjetivista de Bakhtin constitui-se visto o teórico afirmar que nenhuma palavra é nossa, mas ela traz sempre a perspectiva de uma outra voz.

Em todos os caminhos que levam a seu objeto, o discurso encontra o discurso de outrem e estabelece com ele interação viva e intensa. Somente o Adão mítico, abordando com o primeiro discurso um mundo virgem e ainda não dito, o solitário Adão, poderia verdadeiramente evitar absolutamente essa reorientação mútua em relação ao discurso de outrem, que se produz no percurso do objeto (BAKHTIN apud CHARAUDEAU e  MAINGUENEAU, 2004, p.161).

Um primeiro ponto já apresentado, no qual deterei maior atenção agora, diz respeito ao dialogismo entre interlocutores. Essa intersubjetividade é anterior à subjetividade, visto que não só funda a concepção dialógica da linguagem, como também constrói os sujeitos responsáveis pela produção de sentidos do discurso.
Para exemplificar esse tipo de dialogismo, parto dos efeitos de sentidos criados a partir da relação entre autor (consciência exotópica) e o leitor, posto que em Maria Dagmar, de Bruno de Menezes (1993), corpus em análise, em diferentes passagens, percebe-se esse tipo de interação (autor-leitor):

Na sua fala sentia uma tonalidade especial. Seria porque cantava no coro, na capela dos capuchinhos, que a sua voz ganhava aqueles harpejos celestiais? Seria porque era imácula como um lírio e a sua castidade influía nessa ternura vocal? Notava-se qualquer cousa de doçura no trinar que lhe fluía da garganta, assim como o gorjeio dos pássaros confiantes e livres. Para que Dagmar deixara se modificar a sua personalidade? A sua vida, o seu encanto, haviam se transformado tanto em comparação àquele amor que fora quimera... (p.75).

E também em:

Até na rua em que morava, na sua juventude descuidada, se alegravam quando ela passava, retomando o andar cadenciado, pelos caminhos rústicos, abertos ao apressado pisar do povo. Sim, Dagmar era donzela, um tanto tímida, receosa de namorar, com medo da avó, da velha que tomava conta das cantoras (ibidem).

Tal qual apontado por Bakhtin (2000):

O enunciado sempre tem um destinatário (com características variáveis, ele pode ser mais ou menos próximo, concreto, percebido com maior ou menor consciência) de quem o autor da produção verbal espera e presume uma compreensão responsiva (p.356).

O autor, ao produzir seu discurso artístico, constrói a imagem de um leitor, pois o autor não é o detentor de todos os sentidos. De acordo com Bakhtin, autor e leitor são construídos no/pelo discurso.
Nos exemplos acima fica pressuposto esse diálogo, pois, conforme afirma o teórico russo “a relação dialógica tem uma amplitude maior que a fala dialógica numa acepção estrita. Mesmo em produções verbais profundamente monológicas, observa-se sempre uma relação dialógica” (2000, p.355).
Apresentando um segundo ponto relacionado à concepção dialógica, tem-se o dialogismo entre discursos. Essa noção de interdiscursividade está ligada à relação estabelecida entre memória e discurso. Brandão (1998) afirma que “Toda produção discursiva, que se efetua sob determinadas condições de uma dada conjuntura, faz circular formulações já enunciadas, fórmulas que constituíam o ritual que presidia a enunciação de um discurso anterior” (p.128).

Desta forma,

A noção de memória discursiva diz respeito à existência histórica do enunciado no interior de práticas discursivas reguladas por aparelhos ideológicos: como certos enunciados estão na origem de atos novos, como são retomados ou transformados, qual a forma da sua permanência (ibidem).

Neste sentido, o interdiscurso está relacionado ao já-dito, ou seja, ele se constrói como espaço de troca com outros discursos pré-construídos.
Em minha análise, privilegiei a delimitação de quatro tipos de discursos: 1) o da prostituição da mulher (visto estabelecer uma relação de gênero: masculino/feminino, que leva a personagem estudada a se submeter a tais padrões); 2) o do analfabetismo; 3) o religioso-cristão; e, finalmente,  4)  o do imaginário popular.
Essa denominação de discurso do imaginário popular que adoto, relaciona-se à noção de imaginário estabelecida pelo filósofo francês Gaston Bachelard (1999), que estuda a Psicologia da matéria. Para o referido autor, esse imaginário é entendido não como uma formação de imagens, mas como uma deformação das mesmas.

Aconselhado pelas velhas traz rebuçados para os antojos, receitas de ervas para chás antissalivosos que as "experientes" ensinam. (MENEZES, 1993, p. 47)

E ainda:

Resolve consultar o sobrenatural, que desvenda o passado, o presente e o futuro. Não tem uma sólida crença nesses seres predestinados para intérpretes do que não está visível aos nossos olhos. Contudo, procura cartomantes e videntes, adestradas em decifrar configurações de baralhos e seixos cabalísticos. Entrega a mão bem cuidada para lerem nas linhas em que a quiromancia descobre cousas surpreendentes, o que lhe está reservado. Quer saber, para seu mal ou seu bem, de forma definitiva, o que o destino lhe reserva, o que o seu signo denuncia. Parece que ela está “carregada” de mais. (ibid., p.54)

Esse discurso do imaginário popular já era prática entre alguns escritores como Aluísio Azevedo (1987). Em sua obra O Mulato observa-se a figuração do imaginário popular:

A guitarra! substui-a ela pelo violão baiano, e deu-lhe a ele uma rede, um cachimbo, e embebedou-lhe os sonhos de amante prostrado com suas cantigas do norte, tristes, deleitosas, em que há caboclinhos curupiras, que no sertão vêm pitar à beira das estradas em noites de lua clara, e querem que todo viajante que vai passando lhes ceda fumo e cachaça, sem o que, ai deles! o curupira transforma-o em bicho-do-mato. (p.135)

No caso dos trechos selecionados, o tema destacado (imaginário popular, crendices) se situa num espaço interdiscursivo, isto é, a partir do estatuto sócio-histórico, os temas são retomados, perscrutando as vozes que se fizeram ouvir em O Mulato e seu movimento de repercussão no discurso de Maria Dagmar.
            Outro exemplo do discurso do imaginário popular, diz respeito à associação que se estabelece entre Dagmar e Cinderela, ou outro personagem feminino dos contos infantis, que espera pelo príncipe encantado:

Dagmar, em devaneios de moçoila romântica, sonha pertencer a alguém, digno e viril, que a ame alem da vida e fique o único, o senhor, o donatário de seu corpo e de sua alma (p.39).

No caso do discurso religioso-cristão têm-se duas associações: uma de Dagmar com Eva e outra com Cristo:

E muitos não volvem mais, nunca, a procurá-la, pois as intenções besoantes em seus sentidos são de repousar, confortados, sob os cortinados de aluguel de seu leito, como debaixo de acolhedora fronde, onde surge a Mulher — eterna Eva seducente — com o pomo da tentação preso aos dentes (p.80).

Na interdiscursividade com a figura de Cristo, faz-se ouvir as vozes que ecoaram no tempo do martírio de Jesus:

Impenetráveis arcanos da existência, secreto calvário infamante, que muitos galgam de rojo, de plantas sangrando, sem uma queixa de condoa, cumprindo o seu fado amaríssimo, sem que os humanos descubram os cravos, a coroa de espinhos, a esponja de fel, o escárnio da plebe, como ninguém sabe, dessa infeliz Maria Dagmar (p.82).

Assim, mais umas forma de interdiscursividade presente, pode ser apresentada pelo discurso do analfabetismo. Nesse caso, o diálogo se estabelece com Vidas Secas (1993), de Graciliano Ramos.
No caso do texto de Menezes, a formação escolar mais trabalhada, daria condições de Dagmar empregar melhor sua leitura e escrita, buscando textos mais elaborados como os de ficção (romances, novelas) para seu lazer e também a declaração aos seus pretendentes.

Dagmar não te tendências para leitura de romances e novelas decalcadas da vida. Com a elementar instrução que recebeu, se esquiva de escrever a qualquer, temendo o desarranjo de sua caligrafia, agravada pela redação de frases pitorescas. Veste com simplismo ou a incoerência de sua mentalidade primária, sabendo, é de ver, ajustar com graça alguns metros de tecidos no seu corpo de liberais carnosidades. (p. 84)

Entretanto, para Fabiano, personagem de Vidas Secas, a falta de instrução o torna presa fácil para a dominação:

Difícil pensar. [Fabiano] Vivia tão agarrado aos bichos... Nunca vira uma escola. Por isso não conseguia defender-se, botar as coisas nos seus lugares. O demônio daquela história entrava-lhe na calça e saía. Era para um cristão endoidecer. Se lhe tivessem dado ensino, encontraria meio de entendê-la. Impossível, só sabia lidar com bichos (p.36).

Por fim, o discurso da prostituição em Maria Dagmar é similar ao ocorrido em Lucíola (1996), de José de Alencar. Em Dagmar, também se ouve a voz de Lúcia, visto que o contexto sócio-histórico em que ocorre a prostituição das personagens é o mesmo.
Em Maria Dagmar, observa-se que:

Quando sucedeu o inevitável e Dagmar se rendera à insistência do homem farejando-a, perseguindo-a, impelindo-a para o abismo, as velhas, mais a irmã, deixaram-se conduzir em galeras de ouro vogando em azúleos mares de lenda, entregues pacificamente aos fatos consumados.
Erguem braços votivos ao conquistador, que finalmente conseguira com arte os seus intentos de felizardo. Afinado em requintes de sibárita, ele se torna o responsável pela casa, instala Dagmar de tal jeito, que os vizinhos invejam o luxo da mulher sacrificada por uma armadilha do destino (p.41-2).

Da mesma forma, Lúcia (Maria da Glória) se vê condicionada pela situação em que se encontra:

Eis a minha vida. O que se passava em mim é difícil de compreender, e mais difícil de confessar. Eu tinha-me vendido a todos os caprichos e extravagâncias; deixara-me arrastar ao mais profundo abismo da depravação; contudo, quando entrava em mim, na solidão de minha vida íntima, sentia que eu não era uma cortesã como aquelas que me cercavam. Os homens que se chamavam meus amantes valiam menos para mim do que um animal; às vezes tinha-lhes asco e nojo. Ficaram gravados no meu coração certos germes de virtude... Essa palavra é uma profanação nos meus lábios, mas não sei outra. Havia no meu coração germes de virtude, que eu não podia arrancar, e que ainda nos excessos do vício não me deixavam cometer uma ação vil. Vendia-me, mas francamente e de boa-fé; aceitava a prodigalidade do rico; nunca a ruína e a miséria de uma família (p.111).

No que se refere ao dialogismo entre textos essas são as passagens que selecionei para exemplificação. Entretanto, no que se refere ao dialogismo, ainda há o que se dizer e isso se refere à distinção entre textos dialógicos monofônicos (aqueles em que uma voz domina as demais), e os textos dialógicos polifônicos (aquele que se faz ouvir diferentes vozes).
A partir de agora, irei desenvolver uma analise baseada na construção das vozes sociais em Maria Dagmar, de Bruno de Menezes.
Na referida novela, o autor não só representa a vida de uma “donzela” que, por contingências do destino é levada a se prostituir, como ele faz mais que isso, ele representa a consciência de muitas mulheres que vivem nas amarras da dominação, subservientes, que mantêm o corpo como mercadoria, única e exclusivamente para o prazer alheio. Nesse ponto, a personagem é representada como uma autoconsciência.
Além desse ponto característico em comum com a descrição polifônica, estabelecida por Dagmar, ainda temos a de representação de “nossa heroína” no momento de crise e reviravolta de sua alma. Dagmar a todo o momento se questiona pela sua participação no mundo, vive numa crise de identidade constante.
Outro aspecto bem familiar é o de que Dagmar parece trazer no interior de seu discurso, o discurso dos outros, ou seja, o que os outros dizem ou pensam ao seu respeito.
Ao analisar a construção do discurso indireto livre, Bakhtin afirma que “o que faz dela uma forma específica é o fato de o herói e o autor exprimirem-se conjuntamente, de, nos limites de uma mesma e única construção, ouvirem-se (sic) ressoar as entoações de duas vozes diferentes” (2004, p.177).
Em Maria Dagmar há dois pontos de vista díspares: a visão do narrador, que vê a condição de Dagmar de um contexto amplo (olhar extraposto) e a visão de Dagmar, condicionada juntamente com sua família, ao seu universo citadino, à triste situação em que se encontra. Essas duas visões de mundo, definidas na novela através de vozes, são consoantes quando estabelecem uma aproximação; e são dissonantes quando se afastam.
A consonância da voz do narrador com a voz de Dagmar vai ser estabelecida a partir de um sentimento de revolta:

Dagmar conjetura sobre o seu nebuloso porvir, de que ela teme e nada espera. Não tem um coração que a ampare, que a defenda, que a respeite como a um ser humano. Possui a certeza dessa verdade. Os homens?... Ah, estava bem servida se acreditasse neles como sempre fez (p.86).

Essa parte final do trecho pode-se considerar tanto um questionamento do narrador, como uma conclusão da personagem diante dos fatos. Dagmar sente o peso da idade e ao mesmo tempo o narrador conhece as razões de sua angústia por esse fato.
Outro trecho em que se vê a consonância de duas vozes é quando o homem, ex-noivo de Dagmar, deixa entrever sua revolta diante da situação a qual a mulher se encontra:

No portão, as duas folhas são impelidas com violência. O homem, rugindo a seu despeito, caminha para a madrugada neblinante.
Diabo de mulher desfrutável. Desse crédito às suas lamúrias... Não passava de uma bisca. Invencionices de comediante tudo quanto contara do outro. Bandoleira dum raio! Por força que o chamado ingrato, que a desprezara, não podia sustentar amante para badernas e cachorradas. E entra a liquidar Dagmar comparando-a às cadelas e às gatas... (p.76).

Em um primeiro momento predomina a voz do narrador ao descrever o estado de revolta do personagem homem. No segundo momento, aflorado esse aspecto de indignação: “Diabo de mulher desfrutável”, esse enunciado pode pertencer tanto ao contexto do personagem, transmitindo a idéia de revolta, como ao do narrador, expressando, desta feita, seu pessimismo em relação ao destino de Dagmar.

            A ideia de uma voz abafada, reprimida, é manifestada a partir do uso do discurso direto, que representa a exteriorização da palavra de Dagmar. Isso é entendido como se o pensamento da personagem viesse à tona nesse momento. Comumente, o discurso direto aparece na narrativa em momentos de clímax e deixa entrever que Dagmar, por vezes, não aceita a condição a qual se encontra e se deixou levar:

Há um silêncio de recolhimento entre eles, interrompido por ela, que fala em surdina: — Tenho medo de gostar de ti... Sou uma desgraçada... Nasci para sofrer... Antes eu morresse logo!... (p.73).

Em muitos momentos, como o apresentado anteriormente, percebe-se a polêmica de Dagmar com esse OUTRO que traz dentro de si. Têm-se aí duas vozes, a de Dagmar, que deseja encontrar o seu “príncipe”: — Tenho medo de gostar de ti... e a de Dagmar que se acovarda diante da situação e que se submete a ela: Sou uma desgraçada... Nasci para sofrer...
Essa ideia, alheia ao pensamento de Dagmar, conflitua com o que ela tem dentro de si e caracteriza o que chamamos de polêmica que a personagem trava interiormente e que deixa perceber os últimos resquícios de dignidade da “cortesã”. Ela se debate o tempo todo a aceitar a palavra alheia que a condena.

Mas o destino já pontuou o epílogo do ciclo terreno de Dagmar com os seus esplendores e as suas descaídas, como o dessas toleradas, que entre beijos mortos e lascívias abomináveis, seduzidas pelo amor, vendem o amor, sofrem pelo amor e morrem esquecidas pelo amor (p.87).

O que pretendia comprovar, por meio da análise de trechos que constituem o corpus selecionado, foi obtido: o interdiscurso e a presença de vozes polêmicas que manifestam diferentes pontos de vista sociais.

Referências bibliográficas:

ALENCAR, José de. Lucíola. São Paulo: Ática, 1996.

AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. São Paulo: Ática, 1982.

BACHELARD, Gaston. O ar e os sonhos: ensaio sobre a psicologia da matéria. São Paulo: Martins Fontes: 1999.

BAKHTIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

________. (Volochinov). Marxismo e Filosofia da Linguagem. São Paulo: Editora Hucitec, 2004.

BRANDÃO, Helena H. Nagamine. Subjetividade, argumentação, polifonia: a propaganda da Petrobrás. São Paulo: editora da UNESP, 1998.

________. Introdução à Análise do Discurso. Campinas: Editora da UNICAMP, 1996.

CHARAUDEAU, P.; MAINGUENEAU, D. Dicionário de Análise do Discurso. São Paulo: Contexto, 2004.

Contos e lendas dos irmãos Grimm. São Paulo: Livraria Jacomo, sd, vol.2

MENEZES, Bruno de. Obras Completas – ficção. Belém: Secretaria Estadual de Cultura; Conselho Estadual de Cultura, 1993. v.3. p.23-87

RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. Rio, São Paulo: Record, 1993.
















2 comentários:

  1. Maravilhosoooo, estava a procura deste material para o meu TCC de pós-graduação.

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  2. Amei....material maravilhoso

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